Uma taxa de 82% dos brasileiros consideram altas as tarifas de energia no Brasil. Praticamente, um salto de 16% nessa percepção nos últimos cinco anos. Esse resultado foi identificado através da pesquisa do Ibope realizada este ano (2018) sob encomenda da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).

Nesse mesmo levantamento, 69% dos brasileiros querem a portabilidade da conta de luz – do mesmo modo como ocorre no setor de telefonia. Se isso fosse realmente uma possibilidade, 61% dos consumidores migrariam imediatamente as suas contas para outras empresas, uma taxa relativamente grande.

Atualmente, apenas grandes indústrias e comércios podem optar pelo mercado livre de energia, que, juntas, obtiveram uma redução média de 23% nas contas de luz nos últimos 15 anos. A atual regulamentação prevê que somente empresas com consumo acima de 500 kW são elegíveis, um universo limitado a cerca de 15 mil negócios no Brasil. “A pesquisa do Ibope mostra claramente que os cidadãos querem ter direito aos mesmos benefícios das grandes empresas”, explica Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel.

O PL 1917/15 (projeto de lei de reforma do setor elétrico), prevê uma abertura para os consumidores residenciais somente em 2028. Mesmo a totalidade das empresas do Grupo A, de alta tensão, composto por 182 mil pequenas e médias indústrias e estabelecimentos comerciais do Brasil, somente em 2026 seria contemplado.

O preço é considerado o principal motivo para a troca de fornecedor de energia elétrica, segundo a pesquisa feita com alguns brasileiros, com 67% das menções. Em segundo lugar, com 17% , surge a questão da qualidade do serviço e, em terceiro, com 12%, aparece o desejo de utilizar fontes limpas, tais como energia eólica e solar.

Produzir energia elétrica na própria residência também apresentou um grande aumento nos últimos cinco anos. De 77% em 2014, foi para 89% neste ano (2018). Os consumidores estariam dispostos a investir em painéis solares ou geradores eólicos, entre outras fontes renováveis, ainda que apenas 1% tenha respondido que efetivamente utiliza algo do tipo em suas residências.

 

 

Fonte: Investimentos e Notícias