Recentemente foi inaugurado na Ucrânia, em Chernobyl  uma usina solar, alocada bem em frente da usina que provocou o maior acidente nuclear da história. Instalados em área altamente contaminada estão 3.800 painéis, que geram energia suficiente para 2.000 residências. A Chernobyl Solar terá capacidade para gerar 1 Megawatt. A área continua isolada, em sua maior parte inabitável, com visitação liberada somente com a companhia de guias munidos de medidores de radiação. Em abril de 1986, um teste mal-sucedido no reator, número 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, na antiga União Soviética, lançou nuvens de material nuclear por toda a região, dezenas de milhares de moradores foram obrigados a abandonar o local. Trinta e um funcionários e bombeiros morreram, a maioria devido a doenças agudas causadas pela radiação. Nos anos seguintes, milhares de pessoas que tiveram contato com a radiação sucumbiram a doenças como o câncer. Todas as mortes e os efeitos de longo prazo na saúde continuam causando um longo debate.

“Esta não é só mais uma usina de energia solar”, disse Evhen Variagin, executivo-chefe da Solar Chernobyl LLC. “É difícil subestimar o simbolismo deste projeto, em particular”.

É a primeira vez que há geração de energia no local desde 2000, quando a usina nuclear finalmente foi fechada. Valery Seyda, gerente da velha usina nuclear de Chernobyl, disse que jamais pensou que poderia ser gerada energia naquele lugar novamente.

“Mas agora estamos vendo um novo broto, ainda pequeno, fraco, produzindo energia neste local, e isso dá muita alegria”, disse.

Dois anos atrás, um arco gigantesco de 36.000 toneladas foi erguido sobre a usina nuclear para bloquear a radiação e para permitir que os restos dos reatores sejam desmontados em segurança.

A inauguração da Solar Chernobyl coincide com um aumento de investimento acentuado em recursos renováveis pela Ucrânia. Entre Janeiro e Setembro, mais de 500 MW de capacidade de energia renovável foram acrescentados ao sistema elétrico do país, mais do que o dobro de 2017, segundo o governo.

Yulia Kovaliv, que comanda o Conselho do Escritório Nacional de Investimento da Ucrânia, disse que os investidores querem aproveitar os benefícios de um regime de subsídio generoso antes de o Parlamento realizar uma votação sobre sua revogação, que acontece em Julho do ano que vem.

 

Fonte: Veja