A greve dos caminhoneiros gerou desabastecimento em diversas indústrias. Causou também grande impacto no consumo de eletricidade, que chegou a ficar quase 7% abaixo do previsto inicialmente no final de semana, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
No sábado, 26, o ONS havia programado uma geração de 56,17 gigawatts médios em energia, mas ao final do dia foram necessários apenas 52,5 gigawatts, uma diferença de 6,5%.
A diferença entre o consumo esperado e o efetivamente verificado ficou em cerca de 3,7 gigawatts no sábado.
No domingo,27, a geração efetiva acabou 6,7% inferior ao programado.
“Isso não é comum. Os desvios entre o programado e o gerado normalmente são da ordem de 100 megawatts, às vezes 200 megawatts, mas na casa dos gigawatts é sem precedentes… então a gente pode atribuir isso à greve, sim”, afirmou Erick Azevedo. A usina de Itaipu produziu 7,7 gigawatts no sábado.
“O consumo evidentemente diminui… o comércio não está funcionando da mesma forma, a indústria não pode trabalhar porque faltam matérias-primas, insumos, partes intermediárias, logística de transportes”, disse o presidente da comercializadora América Energia, Andrew Frank.
Outro eventual impacto da paralisação de caminhoneiros sobre o setor de geração de energia, se deu com as dificuldades para o abastecimento de termelétricas que operam com combustíveis como óleo diesel.
Na sexta-feira, 25, a Eletrobras informou que seis localidades em Rondônia chegaram a ficar no escuro devido ao final dos estoques de combustíveis em termelétricas, mas a situação já se encontra normalizada, de acordo com a estatal.
“O Ministério Publico Federal e a Polícia Rodoviária viabilizaram, desde sexta-feira, o envio de caminhões tanques com combustível a estas localidades”, disse a empresa em nota.
A falta de combustíveis ocasionada pela greve tem impactado na prática também as operações de distribuidoras e transmissoras de energia, que têm limitado a atuação de equipes de fiscalização e manutenção para poupar os tanques para eventuais emergências.
Agora é esperar a normalização de todo o acontecimento.
Fonte: G1