Os estádios são construções consideradas clássicas, que remetem a Antiguidade, do Coliseu de Roma às modernas arenas esportivas que sediam os jogos da Copa do Mundo, são espaços que costumam impressionar pela imponência da construção. Mas que geram críticas pelo alto custo que carregam consigo e por, muitas vezes, se tornarem verdadeiros “elefantes brancos” sem o devido uso suficiente.
Alguns arquitetos estudam formas de tornar os estádios mais úteis no dia a dia. Uma das propostas que vem tomando espaço, é a de transformar essas construções em fontes de energia.
A ideia parte do pressuposto que as coberturas dos grandes estádios, geralmente com superfícies extensas para gerar alguma sombra sobre os espectadores, possuem grande potencial para captação de energia solar com painéis fotovoltaicos. Os estádios costumam ser altos o suficiente para que se possa instalar micro turbinas eólicas em sua estrutura e também gerar energia a partir dos ventos.
Uma vez que se consiga captar energia dessas formas, seria apenas uma questão de conectar os estádios à rede de energia a edifícios próximos. Considerado plenamente possível com o uso de smart grids, redes inteligentes de gestão de energia que utilizam da tecnologia da informação para evitar desperdícios.
Sistemas mais rudimentares já estão sendo usados de forma semelhante. Na Alemanha, o estádio do time de futebol SC Freiburg teve painéis fotovoltaicos instalados que geram 250 mil quilowatts-hora de energia ao ano. A energia dá conta de boa parte do uso nas próprias instalações do estádio. A má notícia é que ele será desativado em breve, conforme o Freiburg termina a conclusão de uma nova arena, que ainda não tem prevista no projeto a geração de energia.
No entanto, esse potencial energético foi levado ainda mais longe. Em Taiwan, o Estádio Nacional Kaohsiung foi inaugurado em 2009 com mais de 8 mil painéis fotovoltaicos, que geram 1,14 GWh de energia anualmente.
Quando ele não está sendo utilizado, o estádio segue gerando energia e dá conta de 80% do uso de energia elétrica na região de seu entorno. Calcula-se que a emissão de dióxido de carbono seja reduzida em 660 toneladas ao ano, devido ao uso de energia limpa.
A solução poderia ser uma boa alternativa para dar utilidade a diversos estádios construídos no Brasil para a Copa do Mundo de 2014. O Mané Garrincha, no Distrito Federal, que teve custo de quase R$ 2 bilhões, foi cenário de diversas denúncias de corrupção e hoje é usado apenas esporadicamente, numa das regiões com menos tradição no futebol do país.
Fonte: Época Negócios