Nós somos parte da natureza também, então é natural que essa relação de completude se manifeste. Nem todo mundo tem intimidade com os elementos da natureza e, se você é do tipo que sempre precisa de motivos fortes para mudar de hábitos, confira a seguir uma série de benefícios que um contato mais profundo com a natureza pode trazer à sua vida:
• Sol = vitamina D
A vitamina D é essencial para a saúde dos ossos e dos dentes. Ainda que ela esteja presente em alguns grupos de alimentos (ovos, peixes e leite, por exemplo), o sol é um excelente ativador dessa substância. Em cidades mais nubladas, como em Curitiba, é comum que a população tenha deficiência dessa vitamina. A exposição ao sol, nos horários de menor risco e por períodos de 15 minutos, é fundamental. A vitamina D atua melhorando a absorção de cálcio, além de estar relacionada à melhora de humor e à redução do risco de desenvolver câncer, doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e diabetes. Por ser capaz de provocar relaxamento dos vasos sanguíneos, ela melhora a circulação sanguínea e diminui a pressão arterial. A luz solar não é uma ótima influência apenas no que diz respeito à produção e absorção de vitamina D; na verdade, o hormônio melatonina, que é responsável por regular o nosso relógio biológico, precisa de luz para ser produzido. Se você tem problemas para dormir cedo e acordar cedo, adivinha o que pode ser uma boa ajuda? Isso mesmo: tomar sol.
• Uma questão de saúde mental
Vivemos tão cheios de tarefas, preocupações e obrigações que vamos, aos poucos, dando combustível ao estresse, à depressão, à ansiedade e a tantos outros males do século provocados pela sobrecarga de atividades. Quando a coisa fica mais grave, é fundamental procurar orientação médica e psicológica, e uma das maneiras de evitar que a situação se agrave demais é buscar uma forma de estar em maior contato com a natureza. Se a ideia é esvaziar a cabeça, procure um cenário natural e aproveite.
• Foco
Outro efeito colateral do excesso de tecnologia e de informação é a dificuldade de concentração – são raras as pessoas que conseguem se sentar diante de um computador e realizar apenas uma tarefa. Se o objetivo é fazer um relatório, é bem possível que o navegador tenha inúmeras abas abertas, muitas sem qualquer relação com o assunto do relatório.
Um estudo realizado pela Universidade de Wisconsin revelou o que para muita gente já visível: passar um tempo em contato com a natureza, de preferência sem interferências tecnológicas, é uma ótima forma de deixar os problemas e o estresse de todo dia em segundo plano. Dessa forma, ficamos mais focados e conseguimos realizar nossas tarefas de um modo melhor.
• Seu cérebro agradece
Por mais que nosso órgão pensante seja capaz de executar tarefas que nem mesmo a Ciência conseguiu desvendar ainda, isso não significa que podemos dar conta de tudo. O cérebro também precisa de descanso. Ele necessita de 20% de toda a energia que o corpo humano produz, esse valor pode aumentar em até 10% quando precisamos nos focar em algum tipo de desafio mental. O fato é que mesmo quando estamos descansados, o cérebro continua trabalhando.
Quando as pessoas estão com suas mentes vagando, ele entra em um estado conhecido como “rede neural em modo padrão”, que é um complexo sistema de comunicação coordenada entre todas as partes dele.
Essa atividade é fundamental durante o processo de desenvolvimento ou compreensão do comportamento humano, o que nos ajuda a entender melhor nossa própria identidade.
• O problema ainda é estresse?
Um estudo holandês revelou que passar tempo na natureza e realizar tarefas relacionadas a ela, como cuidar de um jardim ou de uma horta, é um melhor combatente do estresse do que atividades de lazer. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores observaram as respostas de dois grupos de voluntários, que realizaram atividades estressantes e, em seguida, tiveram um tempo de descanso.
Um grupo de pessoas foi instruído a ficar em um ambiente fechado, lendo, enquanto outro deveria realizar atividades de jardinagem durante 30 minutos. Os jardineiros não apenas relataram um estado de humor melhor do que os leitores, como ainda tiveram registros de queda de produção do cortisol, substância conhecida como “hormônio do estresse”.
• A relação entre ar fresco e boa pressão arterial
Em ambientes fechados ou com muita poluição, o corpo precisa trabalhar mais para suprir suas necessidades de oxigenação. Trabalhar mais significa ter um aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, o que não é um bom negócio.
• O poder da respiração
Respirar é um exercício básico e involuntário que, parece ser também um jeito fácil de resolver algumas questões de saúde física e mental, segundo estudos.
A verdade é que, ao que tudo indica, exercícios de respiração também diminuem a produção de hormônios relacionados com o estresse e, de quebra, ajudam você a lidar melhor com situações estressantes no futuro. Vale saber que uma respiração acelerada é um prato-cheio para que seu corpo fique em estado de alerta e, consequentemente, estressado. Por outro lado, respirações lentas e profundas são capazes de deixar você mais calmo rapidinho.
• A oxigenação do seu corpo e o seu bem-estar
A serotonina é um neurotransmissor conhecido por afetar nosso humor, apetite, memória, comportamento social e outros processos importantes. Quanto melhor for a oxigenação no seu cérebro, maiores serão os níveis de serotonina. O ideal, é claro, não é ter a substância em excesso, pois isso pode provocar tensão e irritabilidade. Agora, se a serotonina está em baixa, você fica deprimido. Respirar ar fresco ajuda a regular os níveis de serotonina e, consequentemente, promover sensações de felicidade e bem-estar. Além do mais, o ar “puro”, encontrado em ambientes naturais tem um efeito ainda mais relaxante em nosso corpo. O ar de ambientes não poluídos, como uma cachoeira em um lugar afastado, aumenta a amplitude das ondas cerebrais, o que cria um efeito tranquilizante imediato.
• Mexer na terra é ótimo
Quando você pensar em natureza, não se foque apenas em ar não poluído, árvores, passarinhos e cachoeiras. A terra também é uma fonte de energia e alegria, e isso já é cientificamente comprovado: uma pesquisa feita pela Universidade do Colorado revelou que uma bactéria inofensiva, encontrada no solo, pode agir como uma espécie de antidepressivo natural.
Isso acontece porque o tal microrganismo nos faz produzir mais serotonina, aquele mesmo neurotransmissor sobre o qual falamos no item anterior. A mesma bactéria parece também fazer bem ao nosso sistema imunológico. É claro que, em regiões muito poluídas, a dica de mexer na terra não vale, mas criar uma pequena horta em casa, por exemplo, é sempre uma boa ideia.