Uma fabricante de copos, talheres e produtos descartáveis para festas entrou no mercado livre de energia em 2018.
Só no ano passado (2022), as duas plantas da companhia em São Paulo e a de Manaus tiveram um gasto com cerca de 35% menor.
Agora, com a ampliação do mercado livre para unidades de menor carga, em janeiro de 2024, a empresa se prepara para migrar a última fábrica, em Resende, no Rio de Janeiro.
Com o bom momento para comprar energia, a expectativa é economizar pelo menos 50% no ano que vem.
O diretor-executivo da BCBF, Rica Mello, explica que essa economia torna os produtos mais competitivos:
“No momento em que cresce a minha competitividade, a gente não coloca esse dinheiro no bolso. A gente acaba reinvestindo na empresa porque eu sei que eu vou conseguir ter margens ainda melhores ou eu vou conseguir trabalhar com preços mais competitivos no mercado. Então eu vou conseguir vender mais. Então praticamente tudo aquilo que eu tive de redução nos últimos anos com custo de energia, e olha, gasto de energia eu estou falando de quase R$ 1 milhão por mês. Estou falando de uns R$ 10 milhões por ano nas três plantas do grupo. Eu devo estar economizando R$ 3 milhões, R$ 4 milhões por ano. Praticamente todo esse dinheiro é reinvestido em máquinas e equipamentos”.
Já com uma ideia de quanto vai gastar nos próximos anos, o empresário tem mais segurança para se planejar:
“No meu caso, que sou indústria, eu preciso de previsibilidade porque os meus projetos se pagam em médio e longo prazo. Eu faço projetos que se pagam em 3 anos, 5 anos, 7 anos. Não posso ficar à mercê do que vai acontecer com a energia. ‘Ai, vai faltar energia, vai chover mais, vai chover menos, o que vai acontecer?’. Eu já estou comprado lá na frente”.
De acordo com o Rica Mello, só a energia representa 10% de todo o custo da empresa.
Uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria mostrou que 56% dos entrevistados pretendiam migrar para o mercado livre a partir de janeiro.
Fonte: Leandro Gouveia.