O fim do horário de verão, anunciado em Brasília pelo presidente Jair Bolsonaro, deixou muita gente descontente, inclusive a Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento e Similares do Paraná (Feturismo) e suas entidades filiadas, que emitiram uma nota lamentando a medida.

Em defesa, o ministro Minas e Energia, Bento Albuquerque, informou que a decisão precisava ser tomada neste momento e não levando em conta apenas dados econômicos, mas outros fatores como sobrecarga e picos de consumo, por exemplo.

Foi adotado essa medida em 1985 no Brasil. Uma hora a mais de luz e sol no dia, além de contribuir para economizar energia, também é um grande incentivo ao turismo, já que parte da população aproveita o tempo para se dedicar ao lazer, praticas esportes e etc.

Nos Estados Unidos o horário de verão, chamado daylight saving time, dura quase o ano todo. São praticamente oito meses com os relógios adiantados em uma hora. Este ano começou no dia 10 de março e só terminará no dia 3 de novembro.

Entre os 50 estados americanos, apenas dois deles não adotam o horário de verão, Arizona e Hawaii. Na Flórida e na Califórnia existem iniciativas para transformar o daylight saving time no horário oficial durante o ano todo. Em 2018, a Flórida aprovou uma lei para que o horário de verão permaneça durante os 12 meses, mudança esta que depende de uma aprovação federal. “Estudos já demonstraram inúmeros benefícios em manter o horário de verão durante o ano todo. Foi por isso que a votação foi maior do que esperada (Na Assembléia Legislativa venceu por 103 a 11 e no Senado Estadual por 33 a 2) para que a mudança seja permanente”, disse o senador democrata Marco Rubio (Republicano da Flórida), que em março de 2019 apresentou uma proposta no Congresso para que a oficialização do horário de verão não ocorra só na Flórida, mas em todo os Estados Unidos.
Os políticos da Flórida que votaram a favor da mudança apresentaram uma série de benefícios para justificar o voto. Em um documento enviado à imprensa defenderam que o horário de verão diminui o número de acidentes de carro, reduz o risco de problemas cardíacos e depressão, que há uma diminuição em 27% no número de assaltos (números de 2015) e que a atividade econômica tem uma queda entre 2,2% e 4,9% quando o relógio volta ao horário oficial. Os argumentos são similares aos usados pelos políticos da Califórnia que também discutem no legislativo estadual a mudança permanente no horário.

Contra
Mas e os que são contra ao daylight saving time? Até porque, o outono e o inverno não vão deixar de existir e se o relógio estiver adiantado em uma hora, as manhãs vão permanecer escuras e frias por mais tempo. Por isso, a Associação Nacional de Pais e Mestres se posicionou contra a mudança permanente alegando  e destacando principalmente os fatores de segurança. Um dos motivos que foi apresentado, é de que crianças que tenham que caminhar até o ponto de ônibus de manhã no escuro estarão mais expostas ao frio e a acidentes.

O setor agrícola é outro que não apoia a mudança permanente. Estudos também apontam problemas causados pelo simples fato de se adiantar ou atrasar o relógio, causando distúrbios no sono e potencializando quadros de depressão.

História
A história do horário de verão nos Estados Unidos começou em 1918. Alemanha e Inglaterra já haviam adotado a mudança em 1916 para economizar carvão na produção de energia elétrica durante a I Guerra Mundial.

Até a década de 60 o horário de verão não era padronizado, e as cidades americanas tinham autonomia para definir se iriam fazer a mudança e quando a fariam. O estado de Lowa chegou a ter 23 datas de início e término do horário de verão. A padronização só veio a acontecer em 1966.

Atualmente na Califórnia e Flórida, são os estados que mais defendem a mudança permanente e que contam com extensas regiões litorâneas. Elas alegam que uma hora a mais por dia promoverá o turismo durante todo o ano.

O argumento sobre a economia de energia provocada pela mudança está cada vez mais em desuso. No documento enviado por políticos que votaram a favor na Flórida, a questão energética é tratada como uma questão secundária. “A economia de energia é de 0,5% por dia. Estudos apontam que é uma economia mínima, mas apesar de pequena, ela ocorre”.

Fonte: Gazeta do Povo